quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O velho...

Aquele velho, o que ficou conhecido por velho do Restelo, mas que na verdade é só uma das muitas heranças que recebemos dos nossos antepassados e que se pode resumir ao medo da mudança, a uma incontrolável aversão ao risco. Esse velho que com tanta genialidade Camões retratou nos lusíadas e que já na altura tentava encravar as engrenagens do progresso, continua tão vivo e tão presente, hoje como no século XVI. Um velho que já sobreviveu ao domínio dos espanhóis, às invasões francesas, às lutas liberais, à monarquia, às duas grandes guerras, à guerra colonial, à ditadura e continua bem vivo na republica... era já tempo de o matar ou deixar morrer e deixar as engrenagens soltas, funcionar.


Depois de abandonarmos o velho do Restelo à sua sorte podemos também abandonar o provincianismo, que em nada tem a ver com a província, mas como uma maneira de olhar para as coisas, que em tempos se acreditou que estava ligada à província.

Na mesma senda aproveitamos para fazer tudo de uma vez e mesmo que a muito custo deixamos para traz a tacanhez. Para que não aconteça como diz a letra dos Da Weasel "a tacanhez, essa há-de ser eterna", vamos eternizar outra coisa qualquer...

E já que vamos embaladíssimos podemos também abandonar a ideia de que roubar o estado, trabalhar o menos possível, ir para ao hospital só buscar um atestado e outros tantos malabarismo que em Portugal são executados na perfeição, é bom ou que nos faz melhores que os outros... e tentar trabalhar para desenterrar um pais que só sobrevive porque aprendeu a respirar 7 palmos abaixo da terra.

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