terça-feira, 6 de outubro de 2009

O terrorista de Estremoz

Existe num país longínquo uma cidade a que deram o nome de Estremoz. Ora nesta cidade existia em tempos o cargo de presidente da câmara, que era ocupado por um terrorista a quem davam o nome de Fateixa. Agora que esta na moda o terrorismo, depois do 11 de Setembro, todos os actos de sacrifícios humanos são visto como gesto de algum romantismo, os que dão a vida por aquilo que acreditam. Mas não era este terrorismo que o dito presidente da câmara exercia sobre os seus munícipes, antes fosse, que assim não tinha durado muito, era um terrorismo psicológico, uma coisa mais hitchcok. Talvez aquilo que este presidente de câmara incutisse nas pessoas também se possa chamar medo, mas como o terror é por definição um medo pavoroso, ou seja, um medo muito grande (para os menos iletrados), juntando-se a isto o facto de não existir a palavra “medista”, acabou esse senhor por ficar conhecido por terrorista.


Era de tal ordem que existiam rumores de ter sido instituída uma PIDE (policia do antigo regime, ao qual tanta referencia se fazia por essa altura). Esta PIDE, era também ela à escala da pequena cidade, pois era constituída por dois elementos que já não se encontravam na flor da idade. Tendo como base do seu quartel-general a entrada principal da câmara de Estremoz, de onde controlavam todos os munícipes que precisassem ou quisessem falar com presidente, filho e sobrinho dos alegados agentes. Estes agentes não deviam pois ser menosprezados porque conseguiam grandes quantidades de informação que eles próprios tratavam da maneira como a entendiam. De certa forma, tratava-se de uma polícia secreta como temos vários exemplos na história mundial, em que não usavam da violência física para obter informações dada a idade avançada dos agentes, mas que tinha como retaliações o mesmo tipo de desfavores.


Mais tarde com o aproximar das eleições locais nesse país as coisas começaram a ser mais notadas, isto é, a pequena corrupção, que felizmente não existe no nosso país, porque sem duvida nenhuma é um grande obstáculo ao desenvolvimento do mesmo e seria logo considerada escandalosa. Nesta altura em troca de uma assinatura podia obter-se variadíssimas coisas, um chocolate, um chupa-chupa, um caramelo e para os mais exigentes existiam mesmo licenças para todos os gostos, empregos, todo um rol interminável de pequenas lembranças a quem lhes facultava um autógrafo. Para os mais distraídos, os que não facultavam o seu autógrafo havia sanções como, não conseguirem passar um projecto na câmara por mais vezes que tentassem, não terem direito a tal licença ou receberem por vizinhos algo que sempre repugnaram. Um exemplo amplamente comentado nessa altura era que alguns, segundo reza a historia, conseguiam numa semana ter os seus projectos aprovados, por com certeza terem oferecido uma enormidade de autógrafos, julgava-se na altura e outros nunca o conseguiam por mais que tentassem.


Este senhor presidente, não lutava sozinho e tinha por companheiros muitos que como ele não sabiam ler e por isso acreditavam que o desenvolvimento de uma cidade se conseguia com muitas casas e muitos cafés. Era assim naquele país, mas com a graça de Deus, no nosso as coisas tão bem melhor.


Aconteceu também um caso, que se dizia na altura que era tentativa de conquistar favores, então este pequeno episodio era assim, existia perto desta cidade uma pequena aldeia que se chamava Évora-Monte, onde existia também um castelo. Em dada altura as muralhas desse castelo fizeram 750 anos e alguém, que eu duvido que fosse da câmara, decidiu mandar fazer umas medalhas comemorativas. Pois as medalhas foram feitas e numeradas e a primeira que devia ir para o Presidente da Republica, ficando assim na posse de todos os habitantes desse pais ou para a Junta de Freguesia dessa aldeia, para ficar na posse de todos os habitantes e naturais dessa aldeia, dizem as más línguas que foi entregue ao primeiro ministro desse pais, imagine-se só tamanho disparate. Existia pessoas que indo mais longe, diziam que tinha sido por que eram todos do mesmo partido, mas isso já era trafulhice a mais.


Bem desta cidade, nesse país muito distante do nosso e o Senhor seja louvado por isso, nunca mais se soube nada e ao que parece acabou mesmo por desaparecer e talvez tenha servido de exemplo a muitos presidentes de câmara. Ficando assim provado que o terrorismo só leva a auto destruição e a momentos inglórios onde as pessoas são apupadas de nomes e situações que só as embaraçam.



P.S. – Qualquer semelhança com a realidade seja elas nomes de personagens ou terras desta historia são pura coincidência, pois esta é uma historia que passa de gerações em gerações no interior montanhoso de um pais longínquo, da qual só me encarreguei de traduzir.

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