terça-feira, 20 de outubro de 2009

Brasil...

Para que exista justiça e em memoria de velhas amizades brasileiras... um pouco de magia na nossa língua...

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço, a caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
E também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor


Vinicius de Moraes e Tom Jobim

Verdade seja dita...

Afinal a Sr. Proença até lê... num estilo um bocadinho diferente do que estamos habituados mas enfim, cultiva-se, o que já não é mau...


Afinal não... é um ensaio para a Playboy... e o livro era só para disfarçar... hum! Pois era o que suspeitava, usa esse tempo para "malhar"...

Pois!!!

Hoje perdi uns minutos da minha vida a ver os morangos com açúcar... Essa referencia da juventude portuguesa e dentro desses poucos minutos houve alguém que usou a frase "queres que vá te buscar" quando devia ser queres que vá buscar-te... são as influências das novelas brasileiras... devem ser as influências de uma tal Maite Proença, que agora está muito na moda por ter feito um vídeo sobre Portugal.
E sobre tal tema apraz-me escrever que... mesmo nada.


Vou deixar aqui a minha maneira de ver a coisa. Ela quis dizer aquilo, disse, não se encontra ponta de piada e que revela dela uma falta de cultura espectacular...
Agora toda esta indignação dos portugueses com ela e com os brasileiros. Eu lá com ela se querem estar indignados estejam, não tenho nenhuma adoração por ela e a partir de hoje menos terei. Agora com os brasileiros não se justifica a indignação, um povo que deu ao Mundo pessoas como Tom Jobim ou Vinicius de Moraes entre centenas de grandes musicos, poetas ou escritores, têm com certeza, ainda muito de bom para dar... Eu conheço brasileiros que mereçem muito mais que a Sr. Proença, mas também conheço artistas portugueses que mereçem a Sr. Proença...
Deixem lá a senhora continuar na sua vida que o tempo em que ela devia ler ou cultivar-se estava com certeza na "malhação", como comprova a fotografia.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Tesouro...

"Nunca discutas com um idiota. Eles arrastam-te até ao seu nível e depois ganham-te em experiência"

Esta frase aplica-se na perfeição aos computadores... além disso é genial!!!

P.S. - Roubei-a a alguém, se conhecerem o dono digam-me que eu ponho o nome.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Poema

De um fictício engenheiro naval...!

"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas)."


Álvaro de Campos

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

E agora...

Agora meus senhores começou a altura de voltar a trabalhar. Sim, porque o país parou por causa das eleições. Foi um mês em que os portugueses devem ter tido um índice de produtividade de menos 14, isto é, não só não fizeram como ainda desfizeram. As eleições não podiam ter vindo em pior altura, a atravessarmos uma crise, imediatamente a seguir as ferias de Agosto, os três factores conjugados devem ter-nos atirado para o pior índice de produtividade mundial... Se as coisas não estão fáceis a continuarmos assim ainda ficam piores.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O velho...

Aquele velho, o que ficou conhecido por velho do Restelo, mas que na verdade é só uma das muitas heranças que recebemos dos nossos antepassados e que se pode resumir ao medo da mudança, a uma incontrolável aversão ao risco. Esse velho que com tanta genialidade Camões retratou nos lusíadas e que já na altura tentava encravar as engrenagens do progresso, continua tão vivo e tão presente, hoje como no século XVI. Um velho que já sobreviveu ao domínio dos espanhóis, às invasões francesas, às lutas liberais, à monarquia, às duas grandes guerras, à guerra colonial, à ditadura e continua bem vivo na republica... era já tempo de o matar ou deixar morrer e deixar as engrenagens soltas, funcionar.


Depois de abandonarmos o velho do Restelo à sua sorte podemos também abandonar o provincianismo, que em nada tem a ver com a província, mas como uma maneira de olhar para as coisas, que em tempos se acreditou que estava ligada à província.

Na mesma senda aproveitamos para fazer tudo de uma vez e mesmo que a muito custo deixamos para traz a tacanhez. Para que não aconteça como diz a letra dos Da Weasel "a tacanhez, essa há-de ser eterna", vamos eternizar outra coisa qualquer...

E já que vamos embaladíssimos podemos também abandonar a ideia de que roubar o estado, trabalhar o menos possível, ir para ao hospital só buscar um atestado e outros tantos malabarismo que em Portugal são executados na perfeição, é bom ou que nos faz melhores que os outros... e tentar trabalhar para desenterrar um pais que só sobrevive porque aprendeu a respirar 7 palmos abaixo da terra.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sr. Francisco...

Vamos lá ver uma coisa, então o senhor Francisco Louçã disse que a republica "é a única forma de democracia responsável" acusou ainda o governo de Durão Barroso de tentar alterar a constituição para que "futuras constituições pudessem ser ou republicanas ou monárquicas".

Vejamos, democracia em português quer dizer governo em que o povo exerce a soberania, directa !ou indirectamente e em grego, que é a origem da palavra, quer dizer demokratía, governo do povo.

Quer com estas palavras o nosso amigo dizer que a republica é a única forma de democracia séria, pelo que eu entendo. Então uma forma de democracia séria não deveria deixar as decisões para o povo? Não seria plausível que o povo pudesse voltar a escolher entre a republica e a monarquia, uma vez que a ultima vez que o "pode fazer" fez hoje 99 anos e dois dias. Porque até desta vez poderemos por em causa se houve uma escolha do povo ou se foi uma escolha de meia dúzia de ilustres.

Eu até acredito que um referendo entre a monarquia e a republica não desse uma vitoria à monarquia, mas com que direito é que o sr. fala em democracia responsável e depois deita abaixo alguém que realmente queria dar ao povo o poder da decisão?
Democracia sim, mas tanto também não, não é? Típico dos extremistas...



Olhando para o mundo lembro rapidamente de 3 grandes republicas democratas de extrema esquerda, Coreia do Norte, China e Cuba... por outro lado 3 belos exemplos de monarquias autoritárias como a Suécia, Dinamarca e a Noruega, escolhi estes 3 por ter ideia de serem frequentemente referidos nos seus discursos como países exemplo. Não digo que este sistema não tenha maus resultados noutros cantos do mundo mas a verdade é que na Europa existem mais uns exemplos de países com o sistema de governo errado.

Quando temos um telhado de vidro não devemos mandar uma pedrinha para o do vizinho, está bem sr. Louça, sim... pronto.

O terrorista de Estremoz

Existe num país longínquo uma cidade a que deram o nome de Estremoz. Ora nesta cidade existia em tempos o cargo de presidente da câmara, que era ocupado por um terrorista a quem davam o nome de Fateixa. Agora que esta na moda o terrorismo, depois do 11 de Setembro, todos os actos de sacrifícios humanos são visto como gesto de algum romantismo, os que dão a vida por aquilo que acreditam. Mas não era este terrorismo que o dito presidente da câmara exercia sobre os seus munícipes, antes fosse, que assim não tinha durado muito, era um terrorismo psicológico, uma coisa mais hitchcok. Talvez aquilo que este presidente de câmara incutisse nas pessoas também se possa chamar medo, mas como o terror é por definição um medo pavoroso, ou seja, um medo muito grande (para os menos iletrados), juntando-se a isto o facto de não existir a palavra “medista”, acabou esse senhor por ficar conhecido por terrorista.


Era de tal ordem que existiam rumores de ter sido instituída uma PIDE (policia do antigo regime, ao qual tanta referencia se fazia por essa altura). Esta PIDE, era também ela à escala da pequena cidade, pois era constituída por dois elementos que já não se encontravam na flor da idade. Tendo como base do seu quartel-general a entrada principal da câmara de Estremoz, de onde controlavam todos os munícipes que precisassem ou quisessem falar com presidente, filho e sobrinho dos alegados agentes. Estes agentes não deviam pois ser menosprezados porque conseguiam grandes quantidades de informação que eles próprios tratavam da maneira como a entendiam. De certa forma, tratava-se de uma polícia secreta como temos vários exemplos na história mundial, em que não usavam da violência física para obter informações dada a idade avançada dos agentes, mas que tinha como retaliações o mesmo tipo de desfavores.


Mais tarde com o aproximar das eleições locais nesse país as coisas começaram a ser mais notadas, isto é, a pequena corrupção, que felizmente não existe no nosso país, porque sem duvida nenhuma é um grande obstáculo ao desenvolvimento do mesmo e seria logo considerada escandalosa. Nesta altura em troca de uma assinatura podia obter-se variadíssimas coisas, um chocolate, um chupa-chupa, um caramelo e para os mais exigentes existiam mesmo licenças para todos os gostos, empregos, todo um rol interminável de pequenas lembranças a quem lhes facultava um autógrafo. Para os mais distraídos, os que não facultavam o seu autógrafo havia sanções como, não conseguirem passar um projecto na câmara por mais vezes que tentassem, não terem direito a tal licença ou receberem por vizinhos algo que sempre repugnaram. Um exemplo amplamente comentado nessa altura era que alguns, segundo reza a historia, conseguiam numa semana ter os seus projectos aprovados, por com certeza terem oferecido uma enormidade de autógrafos, julgava-se na altura e outros nunca o conseguiam por mais que tentassem.


Este senhor presidente, não lutava sozinho e tinha por companheiros muitos que como ele não sabiam ler e por isso acreditavam que o desenvolvimento de uma cidade se conseguia com muitas casas e muitos cafés. Era assim naquele país, mas com a graça de Deus, no nosso as coisas tão bem melhor.


Aconteceu também um caso, que se dizia na altura que era tentativa de conquistar favores, então este pequeno episodio era assim, existia perto desta cidade uma pequena aldeia que se chamava Évora-Monte, onde existia também um castelo. Em dada altura as muralhas desse castelo fizeram 750 anos e alguém, que eu duvido que fosse da câmara, decidiu mandar fazer umas medalhas comemorativas. Pois as medalhas foram feitas e numeradas e a primeira que devia ir para o Presidente da Republica, ficando assim na posse de todos os habitantes desse pais ou para a Junta de Freguesia dessa aldeia, para ficar na posse de todos os habitantes e naturais dessa aldeia, dizem as más línguas que foi entregue ao primeiro ministro desse pais, imagine-se só tamanho disparate. Existia pessoas que indo mais longe, diziam que tinha sido por que eram todos do mesmo partido, mas isso já era trafulhice a mais.


Bem desta cidade, nesse país muito distante do nosso e o Senhor seja louvado por isso, nunca mais se soube nada e ao que parece acabou mesmo por desaparecer e talvez tenha servido de exemplo a muitos presidentes de câmara. Ficando assim provado que o terrorismo só leva a auto destruição e a momentos inglórios onde as pessoas são apupadas de nomes e situações que só as embaraçam.



P.S. – Qualquer semelhança com a realidade seja elas nomes de personagens ou terras desta historia são pura coincidência, pois esta é uma historia que passa de gerações em gerações no interior montanhoso de um pais longínquo, da qual só me encarreguei de traduzir.